domingo, agosto 27, 2006

ESTÍMULO DA UNESCO



Trabalha, Marujo
Trabalha ligeiro
Quem não trabalhar
Não ganha dinheiro

Quadrinha cantada ontem, pelo Grupo de Manoel Marinheiro, defronte às imagens dos Reis Magos, em Santos Reis

Alexandro Gurgel

A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, na Redinha, será um dos cenários para a apresentação dos grupos destacados para o Congresso de Folclore

A hora e a vez do folclore brasileiro
O Poti, 27/08/06

Grandes especialistas em folclore se reúnem em Natal de terça a sexta-feira dentro do 12º Congresso Brasileiro de Folclore que se realiza no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte - Cefet. Com o tema central Folclore e Turismo: cenário de inclusão social, as conferências e mesas-redondas terão a participação de acadêmicos e folcloristas que representam o pensamento da cultura popular do País. O Congresso homenageia Luís da Câmara Cascudo.

As palestras e mesas-redondas contarão com nomes nacionais de estudiosos da cultura popular. Dentro deste segmento, foram convidados ainda acadêmicos estrangeiros como Pinello Tiza, português, que trará informações sobre o uso das máscaras de corpo inteiro sob forma de bonecos gigantes, como os utilizados em Portugal e absorvidos na cultura brasileira.

Outro exemplo de nome internacionalmente reconhecido é Ria Lemaire, da Universidade de Poitiers, na França, que mantém um centro de estudos da cultura popular brasileira, ao qual está agregado o Fonds Cantel, que dispõe da maior coleção de literatura de cordel brasileira fora do país. O português Arnaldo Saraiva, catedrático da Universidade do Porto, que se dedica ao estudo da literatura oral brasileira, também estará presente.

Outros três segmentos compõem a programação do Congresso. O de natureza científica, com cursos destinados a professores e estudantes, com a finalidade de trazer informações sobre o universo do folclore brasileiro; as oficinas pedagógicas, com trabalhos destinados a estudiosos, professores e estudantes; e o lúdico, no qual estarão em destaque as ocorrências de fatos folclóricos do Rio Grande do Norte. Este quarto segmento será realizado fora do horário dos trabalhos científicos, será aberto à comunidade e complementa as apresentações de cultura popular que estarão sendo promovidas pela Fundação José Augusto.

O Congresso é idealizado pela Comissão Nacional do Folclore, sociedade ligada ao Instituto Brasileiro de Ciências e Cultura, e estimulado pela Unesco. As atividades são abertas a estudiosos de todo o país que podem apresentar seus trabalhos científicos aos grupos de trabalho. Até o início desta semana tinham sido inscritas 136 comunicações científicas, sendo a maioria do Rio Grande do Norte e algumas de fora do país.

O Congresso produzirá uma massa de informação que será apresentada à comunidade acadêmica local, do Brasil e de vários outros países, nos anais, com a produção científica de conferencistas e debatedores. Para a sociedade será um reencontro com os fatos folclóricos do Rio Grande do Norte que durante o Congresso serão apresentados à população.